sábado, 2 de maio de 2015

O estranho caso do Marquês de Ferro ou simplesmente: a Ferro e Fogo

Novos desenvolvimentos surgiram na imprensa nos últimos dias relativamente ao estranho caso que envolve o Marquês. Alegadamente, um indivíduo próximo do amigo Silva, de nome Rui Mão de Ferro, teria escondido provas incriminatórias para o ex-primeiro ministro. Este novo facto veio reconfigurar toda a estrutura do caso. 
Assim, aparentemente, temos o Marquês como o cérebro de toda a operação; o amigo Silva como testa-de-ferro; o Rui Mão de Ferro como homem de mão e João Perna (de ferro?) como o responsável pelas cargas e descargas. Tendo em conta que o desenvolvimento lógico é: cérebro – testa – mão – perna, surge então um novo modelo de funcionamento do alegado esquema: o cérebro pensa; a testa de ferro protege e nutre o cérebro; a mão de ferro esconde coisas desagradáveis e a perna (de ferro?) transporta maletas. Tudo isto configura uma inusitada organização anatómica com muito ferro envolvido, o que aparentemente já motivou o envio de uma carta rogatória à Marvel no sentido de apurar o que tem andado a fazer o homem de ferro. Para mais, este quadro vem atrapalhando o próprio ministério público dado que não existe um enquadramento legal específico para figuras jurídicas deste nível, que caracterizem estruturas organizacionais criminosas compostas pela fusão de material orgânico com elementos metálicos e por isso, na tentativa de ultrapassar estas dificuldades, já foi solicitado o parecer jurídico a uma comissão de juízes reformados, portadores de próteses em platina ou outros elementos metálicos.
Como consequência de todos estes factos, foram agora valorizados outros aspectos relacionados com diligências anteriores. A equipa de investigação está a analisar a estranha coincidência de, em todas as buscas domiciliárias feitas aos arguidos, terem sido encontrados ferros de engomar e alguns ferrolhos; de em pelo menos três garagens haver ferros de soldar e de ter sido agora recuperada uma foto antiga em que o Marquês está a jogar braço-de-ferro com o amigo Silva num parque de campismo. Também a inadequada relação de José António Seguro com os ferrinhos, patente num vídeo tristemente viral, tem levantado alguma suspeição entre os investigadores, além de que todas as ligações deste intrigante caso com o sector do ferro-velho estão a ser devidamente ponderadas. Resta também apurar o possível envolvimento de Ferro Rodrigues, Rita Ferro, da falecida Margaret Thatcher, da empresa Ferrostaal e de todas as pessoas com saúde de ferro. Foram também requisitados ao LNEC ímanes de grande potência com vista a atrair e detectar mais implicados neste peculiar enredo.
Lateralmente, há também a salientar que um empresário do ramo dos produtos contra a ferrugem manifestou interesse em adquirir os direitos de toda esta história para fins publicitários e que um transeunte do Montijo suspirou: quem com ferro mata...

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