quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Deu trabalho mas...


Estamos todos de parabéns!
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sábado, 6 de novembro de 2010

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... o buracão, o buracão, o buracão... Ó coveiro, queres provar o veludo das minhas grilhetas?

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Chupa!

Para todos os verdugos e demais enterras eis patente o paradigma do rigor: quando se dá pela omissão de 830 milhões no lado da despesa e começa tudo a berrar, logo se verifica que alguém deu um pontapé em valor  idêntico no lado da receita e se cumpre o destino dialéctico e compensatório de um orçamento a contas com as "metodologias" do discurso politico. Resta só lembrar aos descrentes e demais choramingas o quanto o velhote advertira para a importância de ter em conta a variáveis ocultas.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Moderadamente presidente

Já se dizia que somos moderadamente competentes, moderadamente produtivos, moderadamente justos, moderadamente solidários, moderadamente informados, moderadamente inclusos, moderadamente labregos, moderadamente iletrados, moderadamente atléticos, moderadamente emocionais, moderadamente inteiros, moderadamente cobiçosos, moderadamente folgazões, moderadamente abjectos, moderadamente pródigos, moderadamente moderados… e podíamos ficar aqui mais dezassete minutos nisto. Contudo, apesar de todo este alarmismo, parece que somos apenas moderadamente corruptos, isto segundo a classificação da ONG Transparência Internacional .
No ranking mundial elaborado por esta organização em 2010, Portugal ocupa o 32º posto e fica logo atrás da Espanha, disputando taco a taco, nas traseiras desta, com Porto Rico e o Botsuana. No entanto esta classificação é atribuída através de um índice de percepção, coisa subjectiva, que passa pela auscultação de, entre outros, empresários e analistas do país analisado. Ora tendo em conta que somos moderadamente aldrabões e que os empresários e analistas estão moderadamente enterrados até ao pescoço nas lamas da corrupção, eu diria que estamos moderadamente bem classificados.
Agora resta saber até que ponto se pode daqui inferir que somos na politica moderadamente cínicos.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Isto era capaz de correr melhor...

... se fosse a FIFA a estabelecer o rating da república portuguesa...

sexta-feira, 23 de abril de 2010

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Já se desconfiava da existência de um processo legislativo na comissão parlamentar de combate à corrupção que vinha compondo um centro de mesa  com napron, jarra de loiça, flores de plástico e contundente possibilidade de criação de uma nova figura no direito penal: o de "arrependido"; estatuto esse que pode vir a ser aplicado também nos crimes de corrupção. Porém, nos tempos que correm, é de prever que esta figura não seja só uma abstracção, como também uma personagem desadequada perante os meandros da interpretação jurídica. Assim sendo, propõe-se aqui que seja feita desde já uma actualização a essa figura, de forma a criar o estatuto do “arrependido suplicante”, que não só acorda um dia cheio de borbulhas e disposto a confessar a prática de um crime pelo qual nunca viria a ser condenado, para posteriormente poder incriminar o outro, igualmente cheio de borbulhas, pela prática de um crime pelo qual nunca, alguém de jeito, virá a ser condenado, como também, e esta é a inovação proposta, estará capaz de suplicar em sessão pública, a sua devida e, se excelências aprouverem, bem merecida condenação. O objectivo é o de obstar às absolvições musculadas e arbitrárias com nuvens de poeira radioactiva e razoável zaragata.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Canalhas consagrados?


Não é novo, nem original, nem particularmente sofisticado. É no entanto um enorme potencial de transferência lateral. Eu, o ressabiado autor deste blogue, sinto-me neste caso dignamente representado se bem que, neste preciso momento, não me ocorre onde terei deixado a forquilha.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Come chocolates, pequena;

Para além da incompetência técnica, irresponsabilidade, falta de rigor e de gosto pelo feito, é preciso reconhecer uma forte predisposição para a vigarice, uma irrecusável atracção para o lodo, uma paixão pelo torpe e repugnante de que o homem é capaz. Sofrem talvez de patologias agudas os que destinam esta terra aos seus apetites de medíocres impudentes, filhos arrivistas da miséria, que perseguem o ouro da fuga. Talvez seja por isso que cá estamos, voluntariosamente entregues ao tecer da malha que sustenta o insustentável. Para o futuro continuaremos, até que possível, a gerar leitões vorazes - um dia mais tarde serão úteis para conduzir os homens. Perceba-se que para um  porco esfomeado a única ética possível é a da saciedade; para um porco voraz, a da impossibilidade desta. Amanhã, os mais insalubres estarão prontos para a eleição, por um povo que se alimenta da sua própria chaga e que feitas as contas, convém admirar, nada lhe resta senão o seu bovino devir. Bem vistas as coisas, são os homens que alimentam os porcos e essa é a sua insanável responsabilidade - pelo mundo que deixam às criancinhas.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Talk Show

Pertinazes guerreiros que ontem, hoje e amanhã se batem hirtos e desgostosos nos campos de batalha do debate político, já sem o peito dado às balas espiraladas, mas o torso, reteso e obliquo, oferecido à vergasta dos baldes de merda. Eis os acólitos do Governo que nas trincheiras lodosas da informação, afirmam o rosto, apesar das chagas e dos escarros, da raiva defensiva. Empurrados por outros, defendem os que os antecedem, e mal suportam a espera por um caldo quente, cama fofa na retaguarda e a devida indemnização por serviços prestados contra todos os outros que não devoram o cadáver do estado.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Volto já então

Diz ali que o ex-presidente do BPP, o banco que protagonizou uma das mais aclamadas fraudes financeiras postas a descoberto no inicio do ano de 2009, está de volta. Conta que está a “trabalhar na prospecção e montagem de operações de fusão e aquisição fora de Portugal”, coisas concretas e todas acima dos 50 milhões de euros. É bom ter gente conhecida de volta, ainda capaz de tratar o milhão por tu, e além do mais, gente rectilínea. Repare-se por exemplo, no título do livro que publicou sob o signo da celeuma instalada na banca e nos mercados financeiros e com o BPP prestes a ser intervencionado por acção pública. "Testemunho de um Banqueiro: a história de quem venceu nos mercados" foi com certeza um livro que em boa altura assumia o futuro com a coragem e a confiança de um eleito, e que por certo homenageava já a ventura de quem nasceu sujeito para vencer no mundo da finança, e da finíssima também. E esta rectidão é tanto mais verdade como o banco privado é o paradigma de quem venceu nos mercados até porque também a miragem de quem perdeu. Como o ex-presidente do BPP percebeu, prevê-se que desde tenra idade, o conceito de vencer está para além da alma dos espoliados. O destino de quem está fadado para vencer - também desde tenra idade - não conhece portas ou muros; está inclusivamente para além da mania capitalista da propriedade. É maior que qualquer garantia de retorno, do que qualquer direito abstracto - vencer é conquistar. É desmatar impiedosamente as florestas de recursos com vista a um bem maior e recolher  as comissões num louvor ao Senhor do Cúmulo. Dos derrotados ficará apenas o andrajo e a lamuria, e já agora, a falta de chá perante a própria derrota.
Para quem ainda esfrega os olhos e se espreguiça, o capitalismo é agora o do excesso e do estoiro, o liberalismo económico é a esta distância, um parente snob do socialismo que agoniza de tão simpático que quis parecer. Mais à frente o super-homem é já um fatinho de lycra, vazio de sentido. Avancemos então com a desorçamentação do homem novo. Viva o homem velho! Façamos dos amanheceres de amanhã a glória à avidez do Cumulativismo, à rapina e aos eleitos entre os seleccionados, que a evolução por eles anseia.
Agora o dito está de volta e ameaça-nos com nova publicação de um livro, desta feita sobre a crise financeira de 2008; e bem se espera que nos diga o quanto nos avisou, na altura - as caramelices do estado, as fífias da supervisão, a substância desprezível dos reguladores; tudo se oferece à valsa precisa da pena deste oráculo da finança e da fineza também, que diz ter conhecido bem os tempos difíceis e que, com a sua douta natureza e vontade de ganhar, estará capaz de nos preparar para, assim lhe seja dado o lapso necessário, não um amanhã que canta, nem dois, mas alguma coisa que encanta desde que não chegue o amanhã.

“…montagem de operações de fusão e aquisição fora de Portugal”. Essa agora... já me ponho com ideias. Por exemplo o Haiti parece-me abrir uma janela de oportunidade para operar muito interessante: um mercado capaz de gerar a comiseração dos civilizados, todo ele feito de um balcão enorme de calamidade e indigência; um fantasma com corpo de favela assombrando a má consciência; uma multidão arrebatada pelo desejo, do mais puro, da carne, da fome, da sede. O potencial da imagem,  da valorização politica dos donos das mãos... amigas, cheias. Imagine-se o muito rim que por ali anda,  a muita criança desgraçada,  o preço imbatível de tudo o que for radicalmente desumano negociar; bem vistas as coisas, há todo um potencial de vitória lá fora.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Caçador à Coelho

Não tanto o coelho, a cartola, a maravilha e a Alice. O que hoje importa é que tudo isto, disse ele, mais não passe de uma manobra, urdida e sabuja, para que não se encontrem os culpados. Com devido segredo solte-se a lotaria e convoquem-se os arguidos que nem sequer sabem - e ele é corpo estupefacto com tudo isto que agora lhe calha - para que possam berrar por justiça; serão então testemunhas desta e aventureiros da pudicícia. Apurem-se os factos para que se agite consequentemente o chicote punitivo, mas por amor de deus, é ele quem o clama, encontrem-se os culpados que se ocultam para lá do que se indicia.
Não tanto o país, a cartola, a maravilha e a Alice. O coelho num pulo entrou para dentro do espelho.

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Há Natal por aí...

"O Natal é uma noite e um resto do dia seguinte em que lá tento arranjar uma prenda que ocupe o serão cá à santíssima trindade: pai, mãe e filha. Lá arranjei desta vez um vídeo da Mariza mas como não agradou a pai ainda consegui sair-me razoavelmente com uns cds empoeirados da Edith Piaf que estavam lá por casa da mãe. sabe-se lá por que portas travessas, a música amamentou os três ao mesmo tempo. Cada qual terá sacado do nutriente mais em falta. Já quanto ao bacalhau, era tanta a gula que tive de ficar a chás o resto do serão."
Por Kaka