quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Caçador à Coelho

Não tanto o coelho, a cartola, a maravilha e a Alice. O que hoje importa é que tudo isto, disse ele, mais não passe de uma manobra, urdida e sabuja, para que não se encontrem os culpados. Com devido segredo solte-se a lotaria e convoquem-se os arguidos que nem sequer sabem - e ele é corpo estupefacto com tudo isto que agora lhe calha - para que possam berrar por justiça; serão então testemunhas desta e aventureiros da pudicícia. Apurem-se os factos para que se agite consequentemente o chicote punitivo, mas por amor de deus, é ele quem o clama, encontrem-se os culpados que se ocultam para lá do que se indicia.
Não tanto o país, a cartola, a maravilha e a Alice. O coelho num pulo entrou para dentro do espelho.

3 comentários:

  1. O meu problema, estou em crer que o maior deles todos, é que eu não vejo noticiários nem leio jornais - daí que a alusão à obra de um pedófilo à moda antiga me tenha entrado pelo olho adentro, já sendo um pouco às cegas que lá descortinei a referência velada e de pernas para o ar ao nosso contemporâneo Jorge Coelho. Num zapping apercebi-me, por sorte, ainda a tempo de conseguir ler este teu texto, que ele é suspeito de qualquer coisa mas, lamentavelmente sofro de um síndrome qualquer que explica que tal alarido não me tenha despertado a curiosidade de explorar o assunto. O psiquiatra bem me disse há uns anos para ler os jornais mas eu esqueço-me sistematicamente. Ajudas-me? Como? Continuando a escrever assim com graça sobre os absurdos nacionais e transnacionais.

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  2. Sim, sim, percebi que não era o coelho em si que te animava mas há que ver mais noticiários para nos situarmos convenientemente em todas as referências cruzadas que os teus textos lançam.

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  3. No que escrevi, o que mais me animou não foi tanto o coelho em si,que é bicho que merece alguma simpatia, mas todos os impudentes cretinos que, suspeitos de mil e uma trafulhices, vêm por ai fora, jornais e TV incluídos, gritar por justiça, clamar para que se encontrem os verdadeiros responsáveis e pedir que haja consequências para os crimes, que só por enviesadas manobras e negras intenções, lhes deixam as têmporas molhadas e as costas minadas de borbulhas. Mas isto sou eu e o meu feitio de merda.
    Um abraço

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